
O Anjo Gabriel saudou-a dizendo: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.” Lucas 1.26. Podemos entender a saudação “Salve, agraciada” por “Eu te saúdo, muito favorecida”, e na saudação “bendita és tu entre as mulheres” entendemos: "uma mulher abençoada entre as mulheres", muitos pensam ser a expressão “bendita” uma referência para louvor a Maria, o que é um terrível engano, e uma má interpretação das escrituras sagradas, a expressão “bendita” quer dizer abençoada, e no contexto “entre as mulheres” se faz um destaque para “a mulher que foi abençoada entre milhares”.
Maria achou graça diante dos olhos do Senhor, certamente que as virtudes, como a santidade, a obediência, e a submissão a autoridade, que é a humildade contribuíram para isso.
Outra expressão que se entende erroneamente como palavra de exaltação a Maria é: “bem-aventurada”, nós a encontramos em Lucas 1.48, e quer dizer simplesmente MUITO FELIZ. No Salmo 1.01 encontramos a mesma expressão sendo aplicada a todo homem: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores”. Quem faz isso também é bem aventurado como Maria foi.
Muitas pessoas descuidadas deixam a sua lógica humana as orientar, e dizem: “peça à mãe que o filho atende”, e acha isso um sinal de esperteza espiritual, mas ir a Jesus através de Maria não é sinal de esperteza espiritual. Na verdade se engana quem pensa tal coisa, pois em João 14.06“Disse lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Atente bem para os artigos definidos “o” e “a” aqui apresentados no singular, eles dão conotação a “ÚNICO” e a “NÃO HÁ OUTRO”, além disso, os substantivos caminho, verdade e vida, se encontram personificados, ou seja, ganham identidade pessoal quando associados à expressão “EU SOU” e tornam-se o próprio Jesus Cristo. A palavra “ninguém” na expressão “Ninguém vem ao Pai senão por mim”, por si só, já é condicional, e excludente, ou seja, não permite nenhuma exceção à regra determinada “ir a Deus através de Jesus”, e a palavra “senão” revela a única alternativa para aqueles que querem ir a Deus, Jesus Cristo. 1ª Timóteo 2.5. esta escrito: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.
Em Isaías 43.11 Deus é o “EU SOU”: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador”. Jesus também se denomina como sendo o “EU SOU” em João 14.06, ou seja, Jesus é o próprio Deus se tornando o SALVADOR do homem.
Maria é nossa co-serva em Cristo, esta em igualdade de condições conosco, pois ela mesma disse: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus MEU SALVADOR” Lucas 1.46, 47. Ora se Maria precisou de Salvador, logo reconheceu a sua condição humana e pecadora e por isso foi salva, porque creu que Jesus é o filho de Deus, e o Salvador de Israel.

Naquele tempo Constantino se aproximou da igreja usando de astúcia, e se converteu ao catolicismo, conseguiu convencer vários líderes da igreja a financiar as suas famosas “CRUZADAS”, que é uma palavra derivada da palavra “CRUZ”, e tinham por objetivo cristianizar os povos pagãos do oriente, sob este pretexto conseguiu que a igreja financiasse as suas campanhas. Os povos conquistados não foram convertidos ao cristianismo pelo amor, mas foram dominados e convertidos pela espada. Assim Constantino dominou o mundo antigo. Não demoraram a surgir as primeiras revoltas, entre os povos conquistados, haja vista que as pessoas sob o domínio romano eram impedidas de adorarem aos seus deuses, pois naquela época o cristianismo se tornara a religião do império, poderíamos comparar a situação como uma panela de pressão no fogo, sem válvula de alívio.
Qual foi a saída engendrada por Constantino e pelos líderes mercenários da igreja? Para conter as revoltas dos povos conquistados? Foi a astuta idéia de encontrar uma imagem cristã, que correspondesse aos cultos pagãos, foi assim que nasceu o culto a Maria com o menino Jesus, este culto foi adaptado de diversas culturas, que adoravam divindades femininas, como Isís, a rainha do céu, e Osíris, seu filho, cultuados no antigo Egito, e em outras culturas com nomes diferentes. Outrossim, algumas divindades além de ser femininas eram virgens, já outras eram representadas nuas, simbolizando a fertilidade. O culto ao Deus sol, por exemplo, foi adaptado no "santíssimo", repare bem no santíssimo e verá que é mais que uma cruz, ele tem um círculo no meio de onde saem raios em todas as direções, assemelhando-se com o sol resplandecendo. Assim aplacou-se a fúria dos povos "cristãos" dominados, que agora podiam continuar adorando as suas divindades através de símbolos cristãos, esse foi o primeiro caso de sincretismo religioso da história da igreja, mas os cristãos autênticos sempre se mantiveram separados dessas coisas. O sincretismo também foi utilizado no Brasil no período da exploração da cana de açúcar, o escravo africano trazido para cá, podia continuar adorando as suas divindades através das imagens dos santos católicos, e assim conseguiam aliviar a revolta e a saudade que consumia o escravo negro.
Voltemos a Maria, ela concebeu pela virtude do Espírito Santo, pois Jesus não foi gerado pela vontade do homem, Ele foi gerado pela vontade de Deus: Mateus 1.18-20 “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo”.
Após o nascimento de Jesus, Maria teve outros filhos, há diversas passagens bíblicas que podem comprovar, ela foi uma mulher normal, e depois que Jesus nasceu, teve uma vida sexual normal com seu esposo José. No meu entendimento negar a vida conjugal de José e Maria após o nascimento de Jesus, beira o estereótipo de que o sexo para eles seria pecaminoso, e isso não é verdade, pois o sexo foi criado por Deus, assim como o instinto sexual para que o homem buscasse uma vida a dois, um só homem e uma só mulher, e tivessem filhos, veja que sexo só é pecado quando é praticado fora do casamento.
Você duvida que eles tiveram uma vida conjugal? Então leia Mateus 1.24, 25 “E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus”. Portanto meu prezado amigo a expressão “E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito” é muito clara, a condição de José era não conhecer sua esposa Maria antes dela dar a luz, é a expressão "até que" que estabelece a condição de tempo determinado para que José podesse "conhecer" a sua esposa, ou seja, somente após o nascimento de Jesus. Quando a palavra "Conheceu" aparece na Bíblia relacionada a homem e mulher, ela vem nos falar de relacionamento íntimo e amoroso, vejamos Gênesis 4.1 "E conheceu Adão a Eva, sua mulher e ela concebeu, e teve a Caim", e 1 Samuel 2.19, 20 "E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram e vieram à sua casa, a Ramá. Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela. E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque dizia ela, o tenho pedido ao Senhor". Vou ainda adiante na expressão “PRIMOGÊNITO” quer dizer no bom e velho “Aurélio” o primeiro dos filhos do casal, diferentemente da expressão “UNIGÊNITO” que quer dizer, filho único.
Lucas 2.6, 7 escreve que Maria deu a luz seu filho “PRIMOGÊNITO”: “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Mateus e Lucas concordam na sua narrativa afirmando que Jesus foi o filho primogênito de Maria.

Gálatas 1.19 “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”.
Mateus 13.55 “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?”. Se os rapazes citados nesta passagem fossem apenas primos de Jesus, por que o escritor de Mateus citaria o nome de José, dando a entender que ele é o pai dos rapazes? Se fossem apenas primos, José não apareceria como pai ("Não é este o filho do carpinteiro?"), mas como o tio, ou não deveria ter sido citado pelas pessoas.
Alguns defendem que, a palavra "primo" não encontra correspondente no Aramaico e nem no grego, sendo portanto traduzida por "irmão", como se não bastasse a expressão "primogênito" que não teria sentido na sua aplicação por Mateus e por Lucas se estivéssemos falando de primos. Lembremos que "Mateus" foi escrito em Aramaico e "Lucas" em Grego, os autores escreveram para o público judeu e gentio respectivamente, e foram claros no sentido da palavra "primogênito" na escrita Aramaica e Grega. Portanto afirmamos que de fato José e Maria tiveram outros filhos.
Contudo ser irmão de Jesus, ou seja, ser irmão carnal, filho de José e de Maria, não era para ele a coisa mais importante, na verdade seria da família de Jesus todo aquele que fizesse a vontade de Deus. Lucas 8.21 “Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam”. De fato para Jesus o que representa ser membro da família de Deus é ser gerado pelo Espírito Santo, e obedecer a Deus.