Maria foi uma serva do Senhor? Sim, ela foi, e ser uma serva de Deus em nada a diminui. O seu valor esta exatamente em servir aquele que lhe escolheu, aquele a quem ela chama de Senhor. Não pretendo diminuir a importância de Maria no cristianismo ao chamá-la de serva, pois foi ela mesma que se autodenominou assim, conforme Lucas 1.38 “Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra....”. Maria foi um grande exemplo para os cristãos, era mulher virtuosa, humilde e obediente, quando soube que tinha sido eleita por Deus não se ensoberbeceu, não se engrandeceu a si mesma, nem mesmo depois de saber que seria através dela, que se cumpriria a profecia, Isaías 7.14 “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”, vemos nesta característica de serva, a mulher capaz de agradar ao Senhor, aquela que se coloca na dependência dEle, aquela que entendeu que o valor de um vaso de barro, não esta no vaso, mas no seu conteúdo. Maria merece ser honrada por causa dos seus predicados, como qualquer cristão que tem uma vida honrosa, mas apesar de ser honrada, essa honra jamais lhe concederá o direito de ser adorada como Deus.
O Anjo Gabriel saudou-a dizendo: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.” Lucas 1.26. Podemos entender a saudação “Salve, agraciada” por “Eu te saúdo, muito favorecida”, e na saudação “bendita és tu entre as mulheres” entendemos: "uma mulher abençoada entre as mulheres", muitos pensam ser a expressão “bendita” uma referência para louvor a Maria, o que é um terrível engano, e uma má interpretação das escrituras sagradas, a expressão “bendita” quer dizer abençoada, e no contexto “entre as mulheres” se faz um destaque para “a mulher que foi abençoada entre milhares”.
Maria achou graça diante dos olhos do Senhor, certamente que as virtudes, como a santidade, a obediência, e a submissão a autoridade, que é a humildade contribuíram para isso.
Outra expressão que se entende erroneamente como palavra de exaltação a Maria é: “bem-aventurada”, nós a encontramos em Lucas 1.48, e quer dizer simplesmente MUITO FELIZ. No Salmo 1.01 encontramos a mesma expressão sendo aplicada a todo homem: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores”. Quem faz isso também é bem aventurado como Maria foi.
Muitas pessoas descuidadas deixam a sua lógica humana as orientar, e dizem: “peça à mãe que o filho atende”, e acha isso um sinal de esperteza espiritual, mas ir a Jesus através de Maria não é sinal de esperteza espiritual. Na verdade se engana quem pensa tal coisa, pois em João 14.06“Disse lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Atente bem para os artigos definidos “o” e “a” aqui apresentados no singular, eles dão conotação a “ÚNICO” e a “NÃO HÁ OUTRO”, além disso, os substantivos caminho, verdade e vida, se encontram personificados, ou seja, ganham identidade pessoal quando associados à expressão “EU SOU” e tornam-se o próprio Jesus Cristo. A palavra “ninguém” na expressão “Ninguém vem ao Pai senão por mim”, por si só, já é condicional, e excludente, ou seja, não permite nenhuma exceção à regra determinada “ir a Deus através de Jesus”, e a palavra “senão” revela a única alternativa para aqueles que querem ir a Deus, Jesus Cristo. 1ª Timóteo 2.5. esta escrito: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.
Em Isaías 43.11 Deus é o “EU SOU”: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador”. Jesus também se denomina como sendo o “EU SOU” em João 14.06, ou seja, Jesus é o próprio Deus se tornando o SALVADOR do homem.
Maria é nossa co-serva em Cristo, esta em igualdade de condições conosco, pois ela mesma disse: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus MEU SALVADOR” Lucas 1.46, 47. Ora se Maria precisou de Salvador, logo reconheceu a sua condição humana e pecadora e por isso foi salva, porque creu que Jesus é o filho de Deus, e o Salvador de Israel.
Dizer que Maria é a “rainha do céu” é um total absurdo, e não tem nenhuma base bíblica. O culto pagão da “rainha do céu” é condenado por Deus no livro do profeta Jeremias nos capítulos 7 e 44. “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira”Jeremias 7.18. A adoração da “rainha do céu” esta em diversas tradições e religiões pagãs da antiguidade, tradições que foram adaptadas por força no cristianismo, a partir dos séculos 3 e 4, sob o domínio e pela vontade de Constantino, o último imperador romano, aquele que se denominou o primeiro Papa, e uniu a igreja ao estado, numa tentativa desesperada de reerguer a glória decadente do final do império romano. O imperador Constantino foi aquele que construiu a cidade de Constantinopla.
Naquele tempo Constantino se aproximou da igreja usando de astúcia, e se converteu ao catolicismo, conseguiu convencer vários líderes da igreja a financiar as suas famosas “CRUZADAS”, que é uma palavra derivada da palavra “CRUZ”, e tinham por objetivo cristianizar os povos pagãos do oriente, sob este pretexto conseguiu que a igreja financiasse as suas campanhas. Os povos conquistados não foram convertidos ao cristianismo pelo amor, mas foram dominados e convertidos pela espada. Assim Constantino dominou o mundo antigo. Não demoraram a surgir as primeiras revoltas, entre os povos conquistados, haja vista que as pessoas sob o domínio romano eram impedidas de adorarem aos seus deuses, pois naquela época o cristianismo se tornara a religião do império, poderíamos comparar a situação como uma panela de pressão no fogo, sem válvula de alívio.
Qual foi a saída engendrada por Constantino e pelos líderes mercenários da igreja? Para conter as revoltas dos povos conquistados? Foi a astuta idéia de encontrar uma imagem cristã, que correspondesse aos cultos pagãos, foi assim que nasceu o culto a Maria com o menino Jesus, este culto foi adaptado de diversas culturas, que adoravam divindades femininas, como Isís, a rainha do céu, e Osíris, seu filho, cultuados no antigo Egito, e em outras culturas com nomes diferentes. Outrossim, algumas divindades além de ser femininas eram virgens, já outras eram representadas nuas, simbolizando a fertilidade. O culto ao Deus sol, por exemplo, foi adaptado no "santíssimo", repare bem no santíssimo e verá que é mais que uma cruz, ele tem um círculo no meio de onde saem raios em todas as direções, assemelhando-se com o sol resplandecendo. Assim aplacou-se a fúria dos povos "cristãos" dominados, que agora podiam continuar adorando as suas divindades através de símbolos cristãos, esse foi o primeiro caso de sincretismo religioso da história da igreja, mas os cristãos autênticos sempre se mantiveram separados dessas coisas. O sincretismo também foi utilizado no Brasil no período da exploração da cana de açúcar, o escravo africano trazido para cá, podia continuar adorando as suas divindades através das imagens dos santos católicos, e assim conseguiam aliviar a revolta e a saudade que consumia o escravo negro.
Voltemos a Maria, ela concebeu pela virtude do Espírito Santo, pois Jesus não foi gerado pela vontade do homem, Ele foi gerado pela vontade de Deus: Mateus 1.18-20 “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo”.
Após o nascimento de Jesus, Maria teve outros filhos, há diversas passagens bíblicas que podem comprovar, ela foi uma mulher normal, e depois que Jesus nasceu, teve uma vida sexual normal com seu esposo José. No meu entendimento negar a vida conjugal de José e Maria após o nascimento de Jesus, beira o estereótipo de que o sexo para eles seria pecaminoso, e isso não é verdade, pois o sexo foi criado por Deus, assim como o instinto sexual para que o homem buscasse uma vida a dois, um só homem e uma só mulher, e tivessem filhos, veja que sexo só é pecado quando é praticado fora do casamento.
Você duvida que eles tiveram uma vida conjugal? Então leia Mateus 1.24, 25 “E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus”. Portanto meu prezado amigo a expressão “E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito” é muito clara, a condição de José era não conhecer sua esposa Maria antes dela dar a luz, é a expressão "até que" que estabelece a condição de tempo determinado para que José podesse "conhecer" a sua esposa, ou seja, somente após o nascimento de Jesus. Quando a palavra "Conheceu" aparece na Bíblia relacionada a homem e mulher, ela vem nos falar de relacionamento íntimo e amoroso, vejamos Gênesis 4.1 "E conheceu Adão a Eva, sua mulher e ela concebeu, e teve a Caim", e 1 Samuel 2.19, 20 "E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram e vieram à sua casa, a Ramá. Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela. E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque dizia ela, o tenho pedido ao Senhor". Vou ainda adiante na expressão “PRIMOGÊNITO” quer dizer no bom e velho “Aurélio” o primeiro dos filhos do casal, diferentemente da expressão “UNIGÊNITO” que quer dizer, filho único.
Lucas 2.6, 7 escreve que Maria deu a luz seu filho “PRIMOGÊNITO”: “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Mateus e Lucas concordam na sua narrativa afirmando que Jesus foi o filho primogênito de Maria.
Jesus foi o primeiro filho de Maria, ela também teve outros filhos e filhas, Marcos 6.03 “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele”.
Gálatas 1.19 “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”.
Mateus 13.55 “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?”. Se os rapazes citados nesta passagem fossem apenas primos de Jesus, por que o escritor de Mateus citaria o nome de José, dando a entender que ele é o pai dos rapazes? Se fossem apenas primos, José não apareceria como pai ("Não é este o filho do carpinteiro?"), mas como o tio, ou não deveria ter sido citado pelas pessoas.
Gálatas 1.19 “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”.
Mateus 13.55 “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?”. Se os rapazes citados nesta passagem fossem apenas primos de Jesus, por que o escritor de Mateus citaria o nome de José, dando a entender que ele é o pai dos rapazes? Se fossem apenas primos, José não apareceria como pai ("Não é este o filho do carpinteiro?"), mas como o tio, ou não deveria ter sido citado pelas pessoas.
Alguns defendem que, a palavra "primo" não encontra correspondente no Aramaico e nem no grego, sendo portanto traduzida por "irmão", como se não bastasse a expressão "primogênito" que não teria sentido na sua aplicação por Mateus e por Lucas se estivéssemos falando de primos. Lembremos que "Mateus" foi escrito em Aramaico e "Lucas" em Grego, os autores escreveram para o público judeu e gentio respectivamente, e foram claros no sentido da palavra "primogênito" na escrita Aramaica e Grega. Portanto afirmamos que de fato José e Maria tiveram outros filhos.
Contudo ser irmão de Jesus, ou seja, ser irmão carnal, filho de José e de Maria, não era para ele a coisa mais importante, na verdade seria da família de Jesus todo aquele que fizesse a vontade de Deus. Lucas 8.21 “Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam”. De fato para Jesus o que representa ser membro da família de Deus é ser gerado pelo Espírito Santo, e obedecer a Deus.